Portugal lidera crescimento na zona euro com PIB previsto de 2,2% em 2026

Relatório Mastercard diz que o país beneficia de ganhos demográficos, execução acelerada dos fundos NextGeneration EU e recuperação salarial que já elevou o poder de compra acima dos níveis de 2019.
Portugal lidera crescimento na zona euro com PIB previsto de 2,2% em 2026
Foto: Gerardo Santos
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Portugal deverá crescer 2,2% em 2026, superando a previsão de 1,2% para a zona euro, aponta o relatório Economic Outlook 2026 do Mastercard Economics Institute.

De acordo com o documento, o país beneficia de ganhos demográficos, execução acelerada dos fundos NextGeneration EU e recuperação salarial que já elevou o poder de compra acima dos níveis de 2019.

O instituto atribui a performance portuguesa a três fatores centrais: uma imigração mais elevada que ampliou a população em idade ativa e ajudou a suprir carências de competências; uma utilização mais rápida dos fundos comunitários que estimula investimento; e mercados de trabalho resilientes com criação de emprego e forte crescimento salarial.

Estes elementos, segundo o relatório, explicam a aceleração de 1,9% em 2025 para 2,2% em 2026 — um ritmo semelhante ao de Espanha (2,1%).

O relatório aponta ainda tendências que favorecem Portugal, tais como a aceleração da digitalização das PME, que aumenta a sua relevância no retalho e no comércio eletrónico, e a transição da inteligência artificial de projetos experimentais para aplicações produtivas, que pode impulsionar produtividade.

Para investidores e autoridades económicas, o documento sublinha que a conjunção de fatores demográficos, fundos UE e ganhos salariais coloca Portugal em posição vantajosa face à média da zona euro em 2026.

A leitura regional do relatório antecipa que a economia europeia manterá um crescimento estável em 2026, apoiada pela descida da inflação para uma média de 1,8%, pela redução das taxas de juro e pela resiliência do consumo.

Natalia Lechmanova, Chief Economist, Europe, do Mastercard Economics Institute, resume que "a economia europeia em 2026 deverá crescer de forma estável, suportada pela descida da inflação, pela redução das taxas de juro e pela resiliência dos mercados laborais, embora com diferenças significativas consoante as políticas fiscais de cada país".

A mesma responsável reforça que "os consumidores europeus beneficiam de bases sólidas, mas continuam cautelosos e seletivos, preferindo experiências e gastos moderados no dia a dia, o que sustenta a procura interna".

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