Seja dentro de portas no território nacional ou fora de fronteiras. Independentemente do destino final, a verdade é que a sede dos portugueses por viajar nunca foi tão grande. Só na primeira metade do ano, os residentes realizaram um total de 11 milhões de viagens, o que representa uma subida de 19,2% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Ou seja, o mercado interno nunca viajou tanto num primeiro semestre como em 2025, sendo este um novo máximo histórico alcançado. Depois da pandemia, a procura turística ganhou fôlego e tem seguido em trajetória ascendente. Se é verdade que a atividade no país tem ganhado músculo principalmente à boleia dos estrangeiros, também é certo que as viagens realizadas pelo mercado interno está a crescer a bom ritmo. Num quadro comparativo, e considerando a janela temporal entre janeiro e junho, os números alcançados este ano destronam todos os que sucederam à fase pandémica. Em 2022 foram realizadas 10,2 milhões de viagens e em 2023 10,5 milhões. Já no ano passado o ritmo arrefeceu para 9,4 milhões, tendo recuperado este ano para os 11,2 milhões. E para onde estão a ir os portugueses na hora de fazer as malas? O gabinete de estatística indica que a fatia de leão das deslocações ocorrem por cá: 86,3% ou 9,5 milhões das viagens foram feitas sem sair do país, o que se traduz numa evolução de 18,9%. As viagens ao estrangeiro também aumentaram 20,4% para 1,7 milhões. Mais de metade das viagens do mercado doméstico, no período em análise, ocorreram no segundo trimestre do ano à boleia das férias da Páscoa, que este ano foi celebrada no mês de abril. Afinando a análise para o segundo trimestre, só entre abril e junho, os residentes realizaram seis milhões de deslocações (+22,1%), sendo que cinco milhões correspondem a deslocações em território nacional (+22,1%) e 975 mil ao estrangeiro (+21,9%). Olhando para as motivações que impulsionaram os portugueses a viajar, segundo o gabinete de estatística, o “lazer, recreio ou férias” apresentou-se como o principal mote (três milhões de viagens), seguindo-se a “visita a familiares ou amigos” (2,2 milhões de viagens). Apesar de o descanso e do lazer liderarem a tabela dos argumentos para sair de casa, as viagens por motivos profissionais ou de negócios ganharam expressão, disparando 25,4%, para 470,2 milhões..Um terço dos portugueses viaja com seguro.Outra das tendências de consumo que tem ganhado terreno no pós-covid é a contratação de seguros de viagem. Dos portugueses que viajaram este ano, 33% fê-lo com seguro - um aumento de cerca de 25% em comparação com 2019, de acordo com a HelloSafe. As conclusões do ‘Barómetro do Seguro de Viagem em Portugal 2025’, divulgadas ontem, justificam que há “uma maior consciência dos riscos”, sendo a saúde e os cancelamentos os principais fatores de preocupação na hora de viajar. “A pandemia atuou como um catalisador transformador para o mercado de seguros de viagem em Portugal. (...) A experiência de disrupções generalizadas e preocupações com a saúde impulsionou diretamente um aumento na contratação de seguros entre 2020 e 2025. Esta evolução demonstra uma alteração duradoura no comportamento dos viajantes, que agora consideram o seguro uma componente essencial do planeamento de viagens, em vez de um extra opcional”, refere a plataforma de comparação de produtos financeiros. Em 2025, o prémio médio por apólice em Portugal situa-se nos 128 euros, posicionando o país no segmento superior quando comparado com outros mercados ocidentais. “Este valor é impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo uma preferência notável por destinos de longo curso como os Estados Unidos e o Brasil, que exigem apólices com limites de cobertura mais elevados, especialmente para despesas médicas”, adianta o barómetro. A maioria dos seguros, entre 55% a 60%, são adquiridos como parte de um pacote de viagem ou na reserva de um voo. A restante quota, entre 40% a 45%, compra os seguros diretamente e de forma isolada sendo este um segmento “mais informado”, refere a HelloSafe.“Este grupo inclui tipicamente viajantes frequentes ou aqueles com necessidades específicas que utilizam comparadores, recorrem a corretores ou contactam diretamente as seguradoras para encontrar coberturas mais abrangentes ou personalizadas. A divisão ilustra um mercado onde a conveniência no ponto de venda impulsiona o volume, enquanto um nicho significativo procura ativamente soluções de seguro à medida”, explica. .Portugueses batem mais um recorde e somam 11 milhões de viagens cá dentro e lá fora no primeiro semestre .Companhias aéreas devem 145 milhões de euros a passageiros até setembro por atrasos e cancelamentos