Portugueses nunca viajaram tanto e procura por seguros de viagem atinge recorde

As deslocações dos residentes atingiram um novo máximo histórico nos primeiros seis meses do ano. Um terço dos portugueses que viaja contrata seguro. Saúde e cancelamentos são os motivos principais.
Portugueses nunca viajaram tanto e procura por seguros de viagem atinge recorde
Carlos Vidigal/ Global Imagens
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Seja dentro de portas no território nacional ou fora de fronteiras. Independentemente do destino final, a verdade é que a sede dos portugueses por viajar nunca foi tão grande.

Só na primeira metade do ano, os residentes realizaram um total de 11 milhões de viagens, o que representa uma subida de 19,2% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Ou seja, o mercado interno nunca viajou tanto num primeiro semestre como em 2025, sendo este um novo máximo histórico alcançado.

Depois da pandemia, a procura turística ganhou fôlego e tem seguido em trajetória ascendente. Se é verdade que a atividade no país tem ganhado músculo principalmente à boleia dos estrangeiros, também é certo que as viagens realizadas pelo mercado interno está a crescer a bom ritmo.

Num quadro comparativo, e considerando a janela temporal entre janeiro e junho, os números alcançados este ano destronam todos os que sucederam à fase pandémica. Em 2022 foram realizadas 10,2 milhões de viagens e em 2023 10,5 milhões. Já no ano passado o ritmo arrefeceu para 9,4 milhões, tendo recuperado este ano para os 11,2 milhões.

E para onde estão a ir os portugueses na hora de fazer as malas? O gabinete de estatística indica que a fatia de leão das deslocações ocorrem por cá: 86,3% ou 9,5 milhões das viagens foram feitas sem sair do país, o que se traduz numa evolução de 18,9%. As viagens ao estrangeiro também aumentaram 20,4% para 1,7 milhões.

Mais de metade das viagens do mercado doméstico, no período em análise, ocorreram no segundo trimestre do ano à boleia das férias da Páscoa, que este ano foi celebrada no mês de abril. Afinando a análise para o segundo trimestre, só entre abril e junho, os residentes realizaram seis milhões de deslocações (+22,1%), sendo que cinco milhões correspondem a deslocações em território nacional (+22,1%) e 975 mil ao estrangeiro (+21,9%).

Olhando para as motivações que impulsionaram os portugueses a viajar, segundo o gabinete de estatística, o “lazer, recreio ou férias” apresentou-se como o principal mote (três milhões de viagens), seguindo-se a “visita a familiares ou amigos” (2,2 milhões de viagens). Apesar de o descanso e do lazer liderarem a tabela dos argumentos para sair de casa, as viagens por motivos profissionais ou de negócios ganharam expressão, disparando 25,4%, para 470,2 milhões.

Um terço dos portugueses viaja com seguro

Outra das tendências de consumo que tem ganhado terreno no pós-covid é a contratação de seguros de viagem. Dos portugueses que viajaram este ano, 33% fê-lo com seguro - um aumento de cerca de 25% em comparação com 2019, de acordo com a HelloSafe.

As conclusões do ‘Barómetro do Seguro de Viagem em Portugal 2025’, divulgadas ontem, justificam que há “uma maior consciência dos riscos”, sendo a saúde e os cancelamentos os principais fatores de preocupação na hora de viajar.

“A pandemia atuou como um catalisador transformador para o mercado de seguros de viagem em Portugal. (...) A experiência de disrupções generalizadas e preocupações com a saúde impulsionou diretamente um aumento na contratação de seguros entre 2020 e 2025. Esta evolução demonstra uma alteração duradoura no comportamento dos viajantes, que agora consideram o seguro uma componente essencial do planeamento de viagens, em vez de um extra opcional”, refere a plataforma de comparação de produtos financeiros.

Em 2025, o prémio médio por apólice em Portugal situa-se nos 128 euros, posicionando o país no segmento superior quando comparado com outros mercados ocidentais.

“Este valor é impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo uma preferência notável por destinos de longo curso como os Estados Unidos e o Brasil, que exigem apólices com limites de cobertura mais elevados, especialmente para despesas médicas”, adianta o barómetro.

A maioria dos seguros, entre 55% a 60%, são adquiridos como parte de um pacote de viagem ou na reserva de um voo. A restante quota, entre 40% a 45%, compra os seguros diretamente e de forma isolada sendo este um segmento “mais informado”, refere a HelloSafe.

“Este grupo inclui tipicamente viajantes frequentes ou aqueles com necessidades específicas que utilizam comparadores, recorrem a corretores ou contactam diretamente as seguradoras para encontrar coberturas mais abrangentes ou personalizadas. A divisão ilustra um mercado onde a conveniência no ponto de venda impulsiona o volume, enquanto um nicho significativo procura ativamente soluções de seguro à medida”, explica.

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