PS diz que situação financeira dos Açores “aproxima-se perigosamente da bancarrota”

De acordo com o deputado regional Carlos Silva, está em curso o "maior ciclo de endividamento, desequilíbrio e dependência externa das últimas décadas”, sob a governação de José Manuel Bolieiro.
Porto espacial será nos Açores.
Porto espacial será nos Açores.Reinaldo Rodrigues
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O PS/Açores considerou hoje que a situação financeira da região “aproxima-se perigosamente da bancarrota” e a proposta de Plano e Orçamento 2026 do Governo Regional é o reconhecimento de que está “cada vez mais perto da austeridade”.

“A proposta de Plano e Orçamento para 2026 confirma, de forma inequívoca, aquilo que é visível para todos os açorianos: a governação de José Manuel Bolieiro conduziu a região ao maior ciclo de endividamento, desequilíbrio e dependência externa das últimas décadas”, disse hoje o deputado regional Carlos Silva.

O socialista, que falava na abertura da discussão do Orçamento da região para 2026, no parlamento regional, na Horta, na ilha do Faial, referiu que é o sexto documento apresentado pela coligação PSD/CDS-PP/PPM e o último “com expressão significativa” do Plano de Recuperação e Resiliência.

“Era, portanto, a derradeira oportunidade para demonstrar visão estratégica, capacidade de execução e responsabilidade política. O que o Governo apresenta, porém, é um documento marcado por contradições, falta de rigor e o reconhecimento de que a região está cada vez mais perto da austeridade”, disse.

Segundo Carlos Silva, a situação financeira da região “aproxima-se perigosamente da bancarrota e é resultado de “uma dependência crescente, de políticas eleitoralistas, sem rigor, sem visão e sem sustentabilidade económica”.

Depois de referir que a autonomia “não se faz com discursos”, mas antes “honrando compromissos, pagando a tempo e horas, planeando com rigor e equilibrando as contas públicas”, reconheceu que “nada disto tem sido garantido”.

“E a conclusão é inevitável. Os Açores chegarão ao final de 2026 mais endividados - quase o dobro que em 2020. Mais dependentes, mais desiguais, mais desequilibrados e menos capazes de responder aos novos desafios”, afirmou.

A concluir a intervenção, o socialista considerou que “este não é o futuro que os açorianos merecem”.

“Este é apenas o resultado de uma governação que perdeu rumo, perdeu foco e perdeu a ambição de transformar a região. A verdade é que com José Manuel Bolieiro no governo, a região ficou mais endividada, em dependência crónica e à beira da austeridade”, disse.

Os terceiros Plano e Orçamento da legislatura preveem um investimento público global de 1.191 milhões de euros, incluindo 990,9 milhões de responsabilidade direta do Governo Regional, que apresentou como “grande desiderato” a execução dos fundos comunitários, em particular do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Sem maioria no parlamento regional, a coligação que integra o Governo dos Açores tem 26 parlamentares (23 do PSD, dois do CDS-PP e um do PPM) e precisa do apoio do Chega (cinco) ou do PS (23) para assegurar a viabilização dos documentos.

A votação final global dos documentos vai acontecer na quinta ou sexta-feira.

O parlamento dos Açores é composto por 57 deputados, 23 dos quais da bancada do PSD, outros 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do IL, um do PAN, um do BE e um do PPM.

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