Queixas sobre comunicações aumentaram até junho face ao mesmo período de 2024

Tendência de queda que se verificava há dois anos foi invertida. Segundo a entidade reguladora, a entrada da Digi no mercado pode explicar esta mudança.
Segundo os dados da Anacom, houve 24,7 mil queixas até junho.
Segundo os dados da Anacom, houve 24,7 mil queixas até junho.FOTO: Paulo Spranger
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Até ao segundo trimestre deste ano, a Anacom recebeu um total de 24,7 mil reclamações sobre o setor das comunicações (que inclui também os serviços postais). Segundo os dados divulgados no portal da entidade reguladora, este número representa um aumento de 6% em relação ao mesmo período de 2024, invertendo assim a tendência de queda que se registava desde o primeiro trimestre de 2023.

Destas reclamações, a maior fatia diz respeito às comunicações eletrónicas, com quase 16 mil queixas reportadas à Anacom (mais 12% do que no mesmo período do ano passado). Isto representa um total de 64% de todas as participações neste setor junto do regulador.

De acordo com o relatório trimestral disponível no site da Anacom, a Vodafone é a ‘campeã’ das reclamações sobre comunicações eletrónicas, com 32% das queixas. Segue-se a Nos, com 28% das reclamações e a Meo, com 27%. A Digi - que opera em Portugal desde novembro do ano passado - fez inverter a tendência de queda de reclamações neste setor, segundo a Anacom. Até junho deste ano (ou seja, em sete meses), a operadora low-cost foi alvo de mais de mil reclamações junto da Autoridade Nacional das Comunicações.

Se se alargar a análise aos serviços postais (que registou 8,8 mil reclamações até junho), os CTT reúnem 82% das queixas, com a transportadora DPD a ter 7%. A restante ‘fatia’ é ocupada por outros prestadores de serviços que a Anacom não especifica no seu relatório trimestral.

No que diz respeito às plataformas digitais, o Facebook é aquela que mais queixas tem junto da Anacom. No segundo trimestre deste ano, o regulador recebeu 36 queixas (mais 177% do que no período homólogo).

No que toca às telecomunicações, o setor continua a ser aquele de que os consumidores mais se queixam à Deco. Segundo dados enviados ao DN, em 2023 houve 35.101 queixas, com o número a diminuir para “cerca de 30 mil” no ano passado.

Segundo a associação de defesa do consumidor, a mudança de operador, o período de fidelização e refidelização, bem como práticas comerciais desleais (que já em 2025 levaram a que a Anacom multasse a Meo) ou dificuldade no cancelamento do contrato (que mereceu uma coima de 85 mil euros à Vodafone já durante este mês) são os asssuntos que mais levam os consumidores a fazer reclamações.

Segundo os dados da Anacom, houve 24,7 mil queixas até junho.
Anacom aplicou multas no valor 6,5 milhões em 2024

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