O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Laginha de Sousa, defendeu hoje que o regulador dos mercados de capitais precisa de flexibilidade na gestão das suas receitas, que advêm das taxas cobradas aos operadores."A flexibilidade na gestão de recursos é necessária para se poder executar melhor o mandato", afirmou Luís Laginha de Sousa, em conferência de imprensa em Lisboa, no lançamento do Comparador de Planos Poupança Reforma sob a forma de Fundos de Investimento.Segundo o gestor, a CMVM precisa não só de receitas adequadas para cumprir a sua missão mas também de flexibilidade de regras "para utilizar os recursos da forma mais eficiente possível", tendo em conta a complexidade das suas funções de regulador e supervisor dos mercados financeiros.As receitas da CMVM advêm de taxas cobradas às empresas que operam no mercado, e há anos que presidentes do regulador do mercado de capitais se queixam de falta de autonomia na gestão dessas receitas, desde logo na contratação de mais trabalhadores e mais bem pagos e em investimentos de mais longo prazo (caso de tecnológicos, defendendo aí planos plurianuais de investimento). É que, apesar de ter apenas receitas próprias, está sujeita às regras orçamentais anuais.Laginha de Sousa disse que as dificuldades e constrangimentos que a CMVM enfrenta não põem em causa as suas funções, pelo que estas críticas não podem "contribuir para beliscar a confiança dos agentes", mas seria fundamental ter maior flexibilidade no uso dos seus recursos financeiros.A CMVM teve lucros de 2,18 milhões de euros em 2024 (acima dos 1,96 milhões de euros de 2023), tendo registado nesse ano o valor de 26,7 milhões de euros em impostos e taxas. .Luís Laginha de Sousa: Privatização dos CTT e da TAP deve passar pela Bolsa