Trump pressiona Reserva Federal e acusa Biden de nomeações indevidas para banco central

Os comentários de Trump foram feitos esta terça-feira, no dia em que a Fed iniciou a última reunião de política económica do ano, prevendo-se que venha a decidir um corte das taxas direitoras.
Donald Trump, presidente dos EUA
Donald Trump, presidente dos EUAFoto: Andres martinez Casares/EPA
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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou esta terça-feira, 9, as críticas e pressões sobre a Reserva Federal (Fed), afirmando, sem provas, que o antecessor, Joe Biden, pode ter nomeado indevidamente vários governandores do banco central.

Os comentários de Trump foram feitos durante um comício na Pensilvânia, no dia em que a Fed iniciou a última reunião de política económica do ano, prevendo-se que venha a decidir um corte das taxas direitoras.

Trump procurou em vários momentos do discurso atribuir a culpa pelo aumento dos preços em vários setores a Biden e a vários dos seus nomeados, incluindo o presidente do Conselho de Governadores da Reserva Federal, Jerome Powell, e outros membros órgão diretivo do banco central, chegando mesmo a sugerir que os quatro membros nomeados por Biden para o Conselho eram ilegítimos porque as suas comissões — documento formal de nomeação após a confirmação pelo Senado — poderão ter sido assinadas por uma "caneta automática".

"Ouvi dizer que a caneta automática pode ter assinado essas nomeações, se é que elas foram assinadas. Talvez esteja errado, mas vamos verificar", disse, sugerindo que o secretário do Tesouro, Scott Bessent, também presente no evento, vai aprofundar o assunto.

A reunião do banco central realiza-se na sequência de cortes de 50 pontos das taxas de juro em setembro e outubro, num momento em que a inflação se mantém acima dos 2%, e com os mercados a anteciparem um terceiro corte de 0,25% em dezembro.

As atas da reunião anterior de política do COnselho de Governandores da FED revelaram uma divisão entre os membros do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), que reconheceram a persistência da inflação, o arrefecimento do emprego e a incerteza económica, especialmente ligada às políticas de Trump.

O facto de os próximos dados sobre o emprego e o índice de preços ao consumidor (IPC) serem divulgados a 16 e 18 de dezembro, devido à paralisação federal, vai certamente condicionar a decisão de hoje da Fed, que, segundo vários analistas, deverá analisar mais atentamente cada indicador nos próximos meses antes de tomar uma decisão, devido ao duplo desafio que enfrenta atualmente: inflação e arrefecimento do emprego.

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