"É essencial manter disciplina fiscal nos próximos anos", diz Álvaro Santos Pereira

Ouvido no Parlamento no âmbito da indigitação para o cargo de Governador do Banco de Portugal (BdP), Santos Pereira fala num clima de "incerteza" económica e sublinha que está à altura do cargo.
Álvaro Santos Pereira foi indigitado como novo governador do Banco de Portugal.
Álvaro Santos Pereira foi indigitado como novo governador do Banco de Portugal.MIGUEL A. LOPES/LUSA
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Álvaro Santos Pereira alertou esta quarta-feira, 17 de setembro, para um conjunto de riscos para a economia mundial e nacional e salientou que "é essencial manter a disciplina fiscal nos próximos anos", para ter "margem de manobra".

Na audição no parlamento no âmbito da indigitação para o cargo de Governador do Banco de Portugal (BdP), Álvaro Santos Pereira enumerou um conjunto de riscos para a economia, incluindo riscos orçamentais, de crises financeiras nos países menos desenvolvidos e emergentes e também relacionados com os criptoativos.

A ser ouvido na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, Santos Pereira falou do seu percurso profissional e defendeu que lhe deu "os necessários recursos técnicos, de gestão e diplomáticos para o exercício das funções do Governador de Portugal e de membro do Conselho da Governação do Banco Central Europeu".

Além disto, reiterou, a sua experiência é "ainda mais relevante no mundo atual, numa época em que "a incerteza sobre as políticas económicas é muito elevada e após a economia mundial ter sido sujeita a vários choques nos últimos anos".

Já a nível nacional, o futuro governador reiterou que "há setores que podem ser afetados por tarifas", destacando também que o "endividamento baixou mas permanece alto".

Desta forma, apesar da melhoria nas contas públicas, deixa já o alerta: "É essencial manter a disciplina fiscal nos próximos anos, para que a dívida pública continue a descer e para que tenhamos margem de manobra em caso de choques inesperados ou se a economia desacelerar".

Santos Pereira destacou também, na sua avaliação da situação económica e financeira do país, a evolução do mercado imobiliário e o impacto que este pode ter.

Os fatores para a subida dos preços "prendem-se com o fraco aumento da oferta de casas face à procura", bem como uma "subida da procura por parte de estrangeiros residentes e não residentes e a descida das taxas de juro".

Assim, defende que "fomentar a oferta de casas deve ser uma prioridade nacional absoluta, não só para habitação condigna, mas também para diminuir a pressão do endividamento e diminuir o risco para a estabilidade financeira".

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