A CIP - Confederação Empresarial de Portugal manifestou esta segunda-feira, 1, pesar pela morte de António Mota, considerando que sob a sua liderança a Mota-Engil tornou-se uma das mais bem-sucedidas histórias de internacionalização do país.Em comunicado, a CIP lembrou que António Mota assumia-se como “africano de coração”, numa referência à importância que Angola representou para o lançamento da Mota & Companhia, a empresa inicial do grupo que, no século XXI, se expandiu por três continentes.Na nota de imprensa, a confederação assinala que “a Mota-Engil soma hoje negócios no petróleo no Brasil, nas minas de ouro na Arménia ou nas linhas ferroviárias de alta velocidade em Portugal […] e que o México tornou-se na última década no maior mercado do grupo”.A presidência da CIP sublinha também que, enquanto presidente executivo da Mota-Engil, “António Mota acelerou o crescimento da construtora e abriu caminho à diversificação de negócios que hoje se verifica”.“Soube chamar quadros com provas dadas na governação do país para dinamizarem a empresa e a apoiarem na leitura das tendências de mercado, bem como na identificação de geografias emergentes”, continua o comunicado.“António Mota apostou em polos estratégicos da empresa na Europa, em África e nas Américas, mas manteve a Mota-Engil como aquilo que sempre foi: uma empresa familiar, portuguesa, europeia, com sede em Lisboa”, prossegue a nota de imprensa.Para a CIP, a nomeação de Carlos Mota Santos, sobrinho de António Mota, para a liderança do grupo “representou uma forma exemplar de criar futuro e de alargar horizontes para uma multinacional que hoje emprega 52 mil trabalhadores e opera em 21 países”.Sobre a internacionalização do grupo, a CIP assinala ainda que “o modo como António Mota assumiu opções estratégicas e tornou o seu grupo mais competitivo no mercado global [constitui] um motivo de aplauso e uma fonte de inspiração para outras empresas”.“A CIP apresenta à família de António Mota, bem como a todos os colaboradores da Mota-Engil em mais de duas dezenas de países, as suas sentidas condolências”, termina o comunicado.O antigo presidente da Mota-Engil, António Mota, morreu no domingo, no Porto, aos 71 anos.Nascido em 1954, em Amarante, António Mota era o único filho varão entre quatro irmãos e foi desde muito cedo preparado pelo pai – que tinha apenas a quarta classe - para lhe suceder à frente da construtora que fundou em 1946.Licenciou-se em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), tendo passado as férias ao longo dos vários anos do curso em estágios nas diferentes obras que a Mota & Companhia tinha em curso.Adepto do ‘low profile’, António Mota valorizava os fins de semana em família e a natureza familiar da construtora a que presidia, tendo a sua liderança ficado marcada por uma estratégia de diversificação da atividade do grupo, que apostou em novas áreas que vão desde as concessões rodoviárias às operações portuárias, resíduos, águas e logística.Atualmente presente em 21 países e três continentes (Europa, África e América), a Mota-Engil tem como principais acionistas a ‘holding’ da família Mota (MGP), com 40,19% do capital, e a Epoch Capital Investments B.V., com 32,41%, e está cotada no PSI, principal índice da Euronext Lisboa.A Mota-Engil registou, nos primeiros nove meses deste ano, lucros atribuíveis ao grupo de 92 milhões de euros, um aumento de 20% em termos homólogos, tendo o volume de negócios neste período atingido os 4.090 milhões de euros, uma queda de 1,4% face ao mesmo período do ano anterior..Morreu António Mota, líder histórico da Mota-Engil que "marcou o mundo empresarial e a sociedade portuguesa"