O antigo presidente da Parpública Jaime Andrez defendeu esta quarta-feira a nacionalização da Efacec, em 2020, entendendo que se esta não tivesse ocorrido, as condições em que a empresa funcionava "implicariam seguramente" o seu encerramento."Se não houvesse nacionalização, as condições em que a empresa estava a funcionar em 2020 implicariam seguramente o encerramento", disse Jaime Andrez na comissão de Economia e Coesão Territorial.Segundo o antigo presidente da Parpública, a privatização ocorreu num contexto da pandemia da covid-19, mas também por limitações no financiamento junto dos bancos, que exigiam a "saída ou substituição" de uma acionista.A Efacec foi nacionalizada na sequência do processo 'Luanda Leaks', que levou à saída de Isabel dos Santos do capital da empresa."Caso não houvesse a sua saída e isso não ocorresse dentro de um tempo útil, a empresa não teria quaisquer condições de funcionamento", sublinhou, acrescentando que uma alternativa "teria de ser tão rápida quanto a nacionalização".Jaime Andrez destacou ainda a escolha da Mutares como compradora da Efacec, sublinhando que está cotada na bolsa de Frankfurt e, por isso, está sujeita a um maior escrutínio.Jaime Andrez registou que considerar a Efacec como uma empresa estratégia "está associada à leitura que o governo fez para a nacionalização" mas, na sua opinião, "pertence a um 'cluster' em que é uma empresa relevante"."A sua saída do mercado poria em causa muitas outras empresas, centenas de fornecedores, essencialmente, e também grandes clientes, porque seria um problema a substituição dos equipamentos montados ou fornecidos pela Efacec", sublinhou, acrescentando que seria "uma perturbação enorme no mercado".O grupo ficou cerca de três anos com maioria de capital público, num processo que foi muito criticado e que envolveu injeções de capital na Efacec pelo Estado.A audição do antigo presidente da Parpública contou com dois momentos de interrupção: primeiro cerca de dois minutos devido a problemas técnicos com os microfones do presidente da comissão e do grupo do Partido Socialista, e, mais tarde, 18 minutos devido à discussão de figuras regimentais como a defesa da honra e a respetiva resposta. .Financiamento público à Efacec pode chegar aos 546 milhões de euros