Galp alcança lucro histórico de 973 milhões nos primeiros nove meses do ano

Este valor representa um aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que coloca em evidência o sólido desempenho da petrolífera.
Galp alcança lucro histórico de 973 milhões nos primeiros nove meses do ano
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A Galp registou um resultado líquido impressionante de 973 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2025, estabelecendo um novo marco para a empresa.

Este valor representa um aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, evidenciando o sólido desempenho da petrolífera.

Numa comunicação direcionada aos investidores, a Galp assegurou que está “bem posicionada para ultrapassar o atual guidance para 2025, tanto em EBITDA como em cash-flow operacional”.

Nessa nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os líderes da empresa, Maria João Carioca e João Marques da Silva, destacaram que “o sólido dinamismo operacional da Galp manteve-se no terceiro trimestre de 2025, sustentando uma robusta geração de cash e consolidando a nossa sólida posição financeira, um fator tranquilizador face ao atual sentimento macroeconómico”.

Contudo, nem tudo foram boas notícias. O EBITDA da Galp, que mede o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, caiu 7%, totalizando 2.420 milhões de euros. Esta quebra foi amplamente influenciada por uma diminuição de 24% no EBITDA do segmento upstream, resultado da flutuação dos preços do petróleo Brent e da desvalorização do dólar, apesar de um aumento de 2% na produção de petróleo no Brasil.

No que diz respeito ao segmento industrial e midstream (refinação), a Galp enfrentou uma ligeira queda na quantidade de matéria-prima processada. A empresa atribui esta situação a “externalidades”, como o apagão histórico que afetou a Península Ibérica em abril e a ocorrência de “condições meteorológicas adversas”. Apesar destes desafios, o EBITDA neste segmento registou um aumento de 23%, impulsionado por iniciativas de “fornecimento e trading” que compensaram o desempenho menos favorável na refinação.

No que concerne ao segmento comercial, a Galp reportou uma melhoria de 20% no EBITDA, graças a um aumento de 4% nas vendas de produtos petrolíferos, impulsionado pela recuperação do mercado espanhol, tanto para consumidores individuais quanto empresariais. Embora a procura de gás natural tenha mostrado sinais de abrandamento, o comportamento dos consumidores espanhóis ajudou a manter a estabilidade do negócio.

A empresa também fez notar que, até ao final de setembro, contava com nove mil pontos de carregamento de veículos elétricos em funcionamento, refletindo um crescimento significativo de 64% em comparação com o ano anterior.

No que se refere ao setor das energias renováveis, a Galp enfrentou uma diminuição de 10% no EBITDA, causada por cortes voluntários na produção e uma menor geração de energia solar no período em questão, conforme relatado.

De janeiro a setembro, a empresa investiu 716 milhões de euros, com um enfoque significativo na exploração e prospeção de petróleo. A maior parte desse investimento foi direcionada para o campo Bacalhau, no Brasil, e para a exploração de petróleo na Namíbia. A esse propósito, os co-CEOs da Galp salientaram que “decorrem negociações com uma lista restrita de candidatos preferenciais, com discussões que apontam para uma parceria geradora de valor”.

A sólida atuação da Galp resultou na geração de 1.143 milhões de euros em free cash-flow, com 548 milhões de euros provenientes apenas do terceiro trimestre. Esse desempenho financeiro possibilitou uma redução significativa da dívida líquida, que caiu 20%, situando-se agora em 1,17 mil milhões de euros.

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