Oito anos depois, venda do banco da CGD no Brasil parece mais próxima

O banco público vê o Governo aprovar o negócio em Conselho de Ministros. Porém, já no passado foi tomada a mesma decisão, por duas vezes, só que o negócio acabaria por nunca se concretizar.
Paulo Macedo, CEO da CGD. Foto: Reinaldo Rodrigues / Global Imagens
Paulo Macedo, CEO da CGD. Foto: Reinaldo Rodrigues / Global ImagensReinaldo Rodrigues / Global Imagens
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O negócio não é novo, mas o banco brasileiro da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no Brasil está, agora, mais próximo de ser vendido. O Governo aprovou a decisão em Conselho de Ministros.

Na sexta-feira, o Governo “aprovou uma Resolução do Conselho de Ministros que determina o relançamento do processo de alienação das ações detidas pela Caixa Geral de Depósitos, S.A., representativas de 100% do capital social do Banco Caixa Geral – Brasil bem como da totalidade ou parte do capital social das sociedades por este e dos respetivos ativos”, pode ler-se em comunicado.

De acordo com o CEO, Paulo Macedo, existem entidades interessadas. Neste contexto, porém, importa lembrar que o processo já vem de trás.

Recuamos até 2017, quando a CGD deu início à intenção de vender o Banco Caixa Geral – Brasil, em linha com o plano de reestruturação que estava em vigor (entretanto finalizado).

Posteriormente, em 2019, o Conselho de Ministros da altura aprovou um caderno de encargos referente à venda da totalidade do capital do Banco Caixa Geral – Brasil. Recorde-se que, à data, vigorava o primeiro governo formado pelo Partido Socialista desde que era liderado por António Costa.

A venda acabaria por não avançar e é em 2021 que é relançada, mediante nova aprovação. Porém, em 2023, o mesmo responsável informou que o Conselho de Ministros (ainda liderado por António Costa) recomendou o cancelamento da venda. Adiantou ainda que a CGD queria "resolver os problemas do banco".

Em 2025, novo capítulo. O Conselho de Ministros do atual Governo toma a decisão de dar força a uma futura venda. Ora, de acordo com o responsável máximo, existe procura pelo negócio, ao mesmo tempo que é do interesse da CGD avançar no sentido da venda.

“Voltamos a ter entidades interessadas, pelo que gostaríamos de retomar o processo”, disse o CEO da Caixa, no final julho. De qualquer forma, os nomes das mesmas continuam a ser uma incógnita, até ao momento.

Para lá chegar, porém, existe "todo um conjunto de questões processuais antes de se chegar à fala com eventuais interessados", lembrou Paulo Macedo, que ocupa o cargo desde 2017 e cujo mandato termina em 2028.

As declarações foram feitas aquando da apresentação dos resultados do primeiro semestre. Entre os números divulgados, destaque para a subida de 0,4% nos lucros, para 893 milhões de euros, que conduziram a dividendos entregues ao Estado no valor de 850 milhões de euros. Ao mesmo tempo, a margem financeira caiu 10,0% e não foi além de 442 milhões de euros.

Sobre a filial brasileira da CGD, sabe-se que à escala, tem pouco peso na CGD, na medida em que registou lucros na ordem de 10,3 milhões de reais (ou 1,6 milhões de euros, ao câmbio atual) em 2024. A operação centra-se maioritariamente na banca de empresas e de investimento, apoiando clientes em operações de financiamento, fusões e aquisições.

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