O regresso da Teixeira Duarte à negociação no principal índice da bolsa de Lisboa marca a recuperação da empresa, “depois de anos desafiantes com transformações profundas”, disse Manuel Maria Teixeira Duarte, presidente do Conselho de Administração da empresa.Em resposta, por escrito, à Lusa, o gestor disse que foi com “enorme orgulho e sentido de responsabilidade” que foi recebida a notícia do regresso do grupo ao PSI, na próxima segunda-feira, que assim passará a contar com 16 empresas.“Depois de anos desafiantes com transformações profundas, o grupo regressou à rentabilidade, reforçou a margem operacional e expandiu a carteira de encomendas”, adiantou.De acordo com o gestor, “para tal terá contribuído a consolidação de medidas de reorganização e otimização de recursos que resultaram numa maior eficiência das operações, numa melhoria das margens e numa maior capacidade de execução de projetos complexos tanto no mercado interno como externo”, apontando ainda “o recente acordo realizado com a banca" que "foi muito importante para a estabilidade financeira do grupo e um sinal claro do reconhecimento do valor da Teixeira Duarte no setor e na economia nacional”.O grupo refinanciou 654,4 milhões de euros de dívida bancária junto do BCP, CGD e Novo Banco, com alongamento da respetiva maturidade e redução do custo de financiamento, anunciou, em março.De acordo com o presidente da empresa, a carteira de encomendas para o setor da construção, atingiu os 1.630 milhões de euros em junho, “um aumento de 5,9% face a dezembro de 2024”, sendo que, desta carteira, “consta o primeiro projeto da alta velocidade ganho pelo consórcio LusoLav, que o grupo Teixeira Duarte integra, e que deverá gerar cerca de 440 milhões de euros em obra”.Manuel Maria Teixeira Duarte apontou o “foco na disciplina financeira”, a “seleção criteriosa de projetos” e a “melhoria dos processos internos” como sendo “elementos-chave” para o reforço da competitividade.Para o gestor, o regresso ao principal índice da bolsa representa o “reconhecimento do trabalho consistente”, bem como da “solidez” dos resultados e da “confiança que os investidores depositam” na visão estratégica da empresa.Durante os primeiros seis meses do ano, as ações da Teixeira Duarte valorizaram 291,14%, passando de 0,079 euros em 31 de dezembro de 2024, para 0,309 euros em 30 de junho de 2025. "Nestes últimos dias chegaram a atingir os 0,58 euros”, destacou.“Estar entre as maiores e mais líquidas empresas cotadas em Portugal é, sem dúvida, um sinal da atratividade do grupo Teixeira Duarte junto dos mercados e uma motivação adicional”, rematou.A Teixeira Duarte conta atualmente com mais de 175 empresas e cerca de 9.500 pessoas a operar em 22 países e está, segundo a informação no seu ‘site’, presente em seis diferentes setores de atividade: construção, concessões e serviços, imobiliária, hotelaria, distribuição e automóvel.A empresa foi fundada em 1921, por Ricardo Esquível Teixeira Duarte e continua a ser controlada pela família.A construtora passou por algumas dificuldades, nos últimos anos, agravadas por problemas nos mercados externos onde tinha uma presença importante, nomeadamente na Venezuela e Argélia.A empresa pública venezuelana Bolipuertos pôs termo em 2021 à concessão da exploração do porto de La Guaira, que vigoraria até 31 de março de 2037. A Venezuela acusou ainda a empresa de corrupção, algo que o grupo negou e considerou difamatório.Na Argélia, na mesma altura, foi proferida uma sentença judicial de última instância, por um tribunal argelino, num processo respeitante a um parceiro da Teixeira Duarte - Engenharia e Construções, S.A.", que "colocou em causa as condições operacionais e financeiras que permitiam assegurar a normal execução de seis empreitadas públicas contratadas na Argélia”, disse na altura.As ações da Teixeira Duarte fecharam a sessão, no índice geral, na quarta-feira a descer 0,70%, para 0,57 euros..Teixeira Duarte acelera na linha de Alta Velocidade e passa a estar entre os 'grandes' de Lisboa