Escalada da tensão no leste europeu empurra ouro para máximos históricos

Os futuros do minério estão a subir mais de 1% na sessão de segunda-feira, em função de inseguranças que decorrem das invasões do espaço aéreo da NATO por parte das forças russas.
Escalada da tensão no leste europeu empurra ouro para máximos históricos
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Os futuros de ouro estão a negociar em máximos históricos na sessão desta segunda-feira. Em causa está o novo acréscimo da tensão geopolítica entre russos e europeus, assim como a desvalorização do dólar.

Os mercados internacionais registam uma subida de 1,35% desde a abertura da sessão desta segunda-feira, 22 de setembro, que coloca as negociações em torno dos 3.756 dólares por onça. Significa isto que a valorização registada desde o início do ano aproxima-se de 42%.

Visto pelos investidores por todo o mundo como uma reserva de valor, o ouro beneficia, por norma, de contextos de insegurança nos panoramas económico ou geopolítico, por exemplo. Na mais recente valorização, ambos influenciam favoravelmente as negociações.

No passado domingo, um avião de reconhecimento russo sobrevoou o Mar Báltico sem aviso prévio, tendo captado a atenção de caças suecos e alemães. Recorde-se que, no dia 9 de setembro, 19 drones russos entraram no espaço aéreo polaco, onde foram abatidos. Mais tarde, na última sexta-feira, dia 19, três caças russos entraram no espaço aéreo da Estónia, onde ficaram por 12 minutos.

São, por isso, duas incursões de forças militares russas em territórios da NATO e uma inesperada, no Mar Báltico, em menos de duas semanas. Ao mesmo tempo, continua a guerra entre russos e ucranianos. Tudo somado, levantam-se dúvidas sobre um eventual escalar das tensões, pelo que ganham força os investimentos em ouro. Ao mesmo tempo, as mexidas registadas no mercado cambial também contribuem para a subida do ouro.

O dólar está em queda, em função dos cortes nas taxas de juro de referência da Fed, nos Estados Unidos. Pouco depois das 13 horas (de Lisboa), o euro está a ser negociado por 1,1784 dólares, o que representa um recuo de 0,32% na força da divisa norte-americana. Historicamente, esta é inversamente proporcional ao preço dos futuros de ouro, pelo que também está a contribuir para a subida desta segunda-feira.

De acordo com Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe, "a atenção deverá continuar centrada no equilíbrio entre os riscos do mercado de trabalho e a inflação persistentemente elevada, mantendo em aberto a possibilidade de novos cortes de juros até ao final do ano, criando uma dinâmica que deixa espaço para mais perdas do dólar".

Numa análise partilhada com as redações, o especialista explica que, "neste contexto, o ouro deverá continuar a ser suportado pela procura de refúgio seguro e pela fraqueza adicional do dólar, com os 3.750 dólares por onça a surgirem como nível de resistência de curto prazo", assinala.

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