
As vendas da Jerónimo Martins totalizam 30,608 mil milhões de euros em 2023, mais 20,6% face ao ano anterior, de acordo com os dados preliminares veiculados esta quinta-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Valor alcançado visa operações do Pingo Doce e Recheio (Portugal), Biedronka e Hebe (Polónia), e Ara (Colômbia).
“2023 ficará marcado na já longa história do nosso grupo como o ano em que superámos o marco dos 30 mil milhões de euros de vendas", afirma Pedro Soares dos Santos, presidente executivo do grupo, numa mensagem que acompanha os resultados preliminares divulgados.
Para o gestor, o valor global de vendas alcançado deve-se ao "reconhecimento pelos consumidores da consistência" e "do foco" das insígnias da Jerónimo Martins no preço, na oferta e na experiência de compra. Soares dos Santos enaltece, por isso, "a prioridade dada às vendas, a clareza das políticas comerciais, o trabalho árduo das equipas, e a execução exemplar dos ambiciosos planos de expansão", bem como o "elevado nível de compromisso e de entrega das pessoas", no registo dos 30,6 mil milhões de euros em vendas.
A Jerónimo Martins refere, ainda, que o "forte desempenho de vendas" verifica-se "num ano marcado pela progressiva redução da inflação alimentar e pela persistente contenção do consumo por parte das famílias".
No caso de Portugal, a inflação alimentar foi de 10% em 2023, sendo que a dona do Pingo Doce reconhece que o consumo nacional "permaneceu débil", considerando a exposição dos orçamentos das famílias "a pressões decorrentes da persistência de preços elevados e do aumento das taxas
de juro".
Esta quinta-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que a taxa de inflação média de 2023 fixou-se em 4,3%. Valor compara com uma taxa de 7,8% registada em 2022.
Não obstante, considerando todas as geografias em que a Jerónimo Martins oper, lê-se no documento divulgado que "o dinamismo comercial e a capacidade de criação de oportunidades de poupança para o consumidor demonstrados pelas insígnias [do grupo] permitem entrar em 2024 com posições de mercado reforçadas".
O CEO do grupo acredita "que as posições reforçadas de mercado" no arranque deste ano "são críticas para manter a dinâmica de vendas, que continuará a ser o foco prioritário das companhias em 2024", não obstante um "contexto internacional particularmente incerto" o comportamento dos consumidores perante a evolução dos preços e do rendimento disponível das famílias.
As vendas globais do grupo na ordem dos 30,6 mil milhões de euros, em 2023, representam um crescimento de 20,6% face ao ano anterior (ou +18,1% a taxas de câmbio contantes). Numa perspetiva like-for-like (LFL), ou seja, de vendas comparáveis, as vendas cresceram 12,8% em termos homólogos.
Em Portugal, a Jerónimo Martins controla os supermercados Pingo Doce e a cash & carry Recheio. No caso do Pingo Doce, as vendas cresceram 7,9% para 4,9 mil milhões de euros, com um LFL de
7,7% (excluindo combustível), num ano em que foram abertas onze novas lojas e em que foram remodelados espaços em 60 localizações nacionais.
Quanto à marca Recheio, as vendas cresceram 15,1% para 1,3 mil milhões de euros, com um LFL de 14,1%. A retalhista indica que o "principal motor de crescimento" desta companhia foi a "dinâmica turística".
Na Polónia, onde a Jerónimo Martins conta com maior volume de receitas, as vendas atingiram os 21,5 mil milhões de euros, mais 22,3% (ou +14,2% numa comparação LFL) do que em 2022, só através da cadeia de supermercados Biedronka. Com a Hebe, uma companhia dedicada a produtos de beleza e de saúde, o grupo faturou 469 milhões de euros, mais 30,9% do que em 2022, sendo que numa perspetiva LFL as vendas subiram 17%.
Na Colômbia, onde o grupo controla 1 290 lojas, a marca Ara registou vendas de 2,4 mil milhões de euros, mais 37,7% do que o registado em 2022. Numa análise LFL, as vendas subiram 10,9%.