Turismo pede que "guerras partidárias" não travem a aprovação de um "bom Orçamento do Estado"

Francisco Calheiros pede estabilidade ao Governo para que seja possível avançar com dossiers como o novo aeroporto, a privatização da TAP ou a legislação laboral .
Turismo pede que "guerras partidárias" não travem a aprovação de um "bom Orçamento do Estado"
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A aprovação do Orçamento do Estado para 2026 será "o primeiro grande desafio sobre a estabilidade governamental" do novo Executivo de Montenegro, defendeu esta segunda-feira, 29, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP). A poucos dias da entrega da proposta do documento no Parlamento, Francisco Calheiros pediu consenso e apelou a que "as guerras partidárias não se sobreponham aos reais interesses do país".

"Num momento de instabilidade internacional que ainda vivemos, o que menos precisamos é de entrar num novo ciclo de incerteza política e de mais um período eleitoral que se junte às próximas eleições autárquicas e presidenciais", reiterou durante o discurso de abertura da conferência que assinala o dia mundial do Turismo e que decorre esta tarde em Troia.

"Mas obviamente que não queremos apenas um orçamento aprovado, mas sim um bom orçamento", frisou ainda o líder da CTP.

Na sua intervenção, Calheiros dirigiu-se a Luís Montenegro, presente na plateia, e apelou à estabilidade governativa para que seja possível avançar com execução de "projetos-chave para o turismo e para o país" como são exemplos novo aeroporto, a privatização da TAP, a concretização do PRR, a legislação laboral ou a descida da carga fiscal.

O presidente da CTP aproveitou ainda oportunidade para reiterar as críticas à demora no processo de construção do novo aeroporto da região de Lisboa. "O que teima mesmo em não descolar é o novo aeroporto. Já lá vamos com longos meses de silêncio e nada. Infelizmente, as minhas expetativas começam a confirmar-se. Passa o tempo e nada anda. Estou mesmo em crer que não vou ver o aeroporto de Alcochete", lamentou, relembrando que uma alternativa à Portela é vital para o crescimento do turismo.

No capítulo das infraestruturas exigiu também esclarecimentos ao Governo sobre o plano ferroviário nacional, lamentando "o silêncio" do Executivo."A ferrovia é como sabemos uma necessidade do país e seria sem dúvida uma solução de mobilidade que muito beneficiaria o Turismo. Bastaria a Alta Velocidade Lisboa/Porto e Lisboa/Madrid e libertaríamos cerca de 40 voos diários da Portela", exemplificou.

"Bem faria o Governo em nos explicar o que está a ser feito neste sentido. Que obras estão em curso, que outras irão avançar, que prazos estão estipulados para que o país veja finalmente cumprido o plano ferroviário", prosseguiu.

O representante dos patrões do turismo deixou elogios à reforma laboral em discussão classificando-a como "positiva e equilibrada". Francisco Calheiros defendeu que esta reforma deve ser construída com "consenso, transparência e equilíbrio, evitando retrocessos ideológicos".

"Uma legislação laboral clara, moderna e adaptada ao contexto económico internacional permitirá ao Turismo atrair mais talento, criar empregos sustentáveis e reforçar a sua posição enquanto motor da economia nacional"

CTP pede Simplex para o turismo

A lista de recados e pedidos a Montenegro ficou completa com o apelo para a criação de um Simplex para o turismo de forma a desburocratizar a atividade.

"O setor do Turismo tem demonstrado enorme resiliência e capacidade de crescimento, mas não pode ficar condicionado por um Estado pesado e ineficiente", justificou.

"É tempo de aproveitar a digitalização como motor de simplificação, garantindo processos mais rápidos, previsíveis e transparentes, que libertem tempo e recursos para as empresas se focarem no essencial: criar valor e emprego", concluiu.

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