O grupo Grão-Pará vai encerrar o hotel Atlantis Sintra Estoril no final deste mês. Os 53 trabalhadores já receberam as cartas referentes ao despedimento coletivo, que o administrador Pedro Pinheiro recusa comentar.
"Está a correr um processo de despedimento coletivo, ainda dentro dos prazos legais, pelo que não podemos discutir o desfecho do mesmo", disse, em declarações ao Dinheiro Vivo, após ter sido pedida explicação para a denúncia dos colaboradores.
Os trabalhadores do hotel queixam-se de que o encerramento do Atlantis Sintra Estoril foi anunciado no dia 7 de janeiro e que, logo no dia seguinte, foram chamados a reuniões individuais com um advogado da empresa e o administrador do grupo, Pedro Pinheiro (filho de Abel Pinheiro, presidente do grupo Grão-Pará).
"Disseram-nos quanto é que cada um tinha direito e sublinharam que só tinham dinheiro para pagar metade das indemnizações. Quem não aceitasse, podia ir para tribunal e não iria receber nada", revelou um trabalhador do hotel, que pediu anonimato.
Pedro Pinheiro atribui o encerramento do hotel a uma série de circunstâncias, a que os repetidos processos judiciais do e contra o Estado, há 40 anos, não são alheios. O caso mais recente, relativo aos direitos de construção nos terrenos circundantes ao Autódromo do Estoril - que originalmente recebeu o nome de Fernanda Pires da Silva, matriarca da família -, está há demasiado tempo na justiça e isso prejudicou bastante a empresa.
"Estamos positivos em relação a esse processo, ele será ganho, mas não sabemos o prazo em que isso acontecerá. Tentámos, ao longo dos anos, manter o hotel em funcionamento, apesar de a rentabilidade ter vindo a diminuir, do aumento do IVA e também da má gestão que o Estado fez do autódromo, tendo vindo, ano após ano, a perder todas as provas importantes - o que não ajudou o turismo da região nem, mais especificamente, o nosso hotel", diz Pedro Pinheiro.
Agora, a única solução é o fecho, garante a administração.