O milionário brasileiro Rubens Menin, com negócios nos setores da construção, da banca, dos media, do futebol, entre outros, quer reforçar a sua presença na região vitivinícola do Douro, onde já este ano comprou a Quinta Bulas. Esta propriedade no Cima Corgo veio juntar-se ao portfólio da Menin Company, composto pelas quintas Costa de Cima, Sol e Caleiro, em Sabrosa, e Osórios, Pontão e Rossaio, em Santa Marta de Penaguião, estas últimas adquiridas à família Horta Osório. Em oito anos, Rubens Menin investiu 65 milhões de euros no Douro, disse ao DN/DV. O dono da MRV, uma das maiores construtoras da América Latina, da CNN Brasil e do Atlético Mineiro, e de mais outras empresas, está focado em expandir a sua marca nas sub regiões do Baixo e Cima Corgo, onde se localizam as propriedades da Menin Company, que já somam quase 200 hectares. Como afirmou, “quero ficar nestas zonas, fazer mais investimentos”, mas “têm de ser terras próximas das quintas e com qualidade”. Está até disposto a pagar “um pouco acima do mercado”. É no Douro - pelo qual assume uma “paixão” -, que Rubens Menin quer construir o seu negócio de vinhos. Como sublinha, “tive oportunidade de conhecer todas as regiões vinícolas do mundo e a mais bonita é a do Douro”. Beleza que alia “uma qualidade super-especial nos vinhos de mesa, que no Douro são relativamente novos, e muito potencial”, afirma. O preço das terras, “muito barato quando comparado com o resto do mundo”, foi também determinante nesta escolha. Em suma, “isto aqui é um tesouro”, diz. Para explorar o potencial que vislumbrou na região vinícola mais antiga do mundo, Rubens Menin não só adquiriu 186 hectares de vinha, olival e mata, como investiu na recuperação das vinhas velhas das propriedades - hoje representam mais de 20 hectares -, na construção de duas adegas e de um centro logístico para serviços administrativos, armazenamento de vinhos e rotulagem, e na produção de vinhos premium. O edificado também foi remodelado e, em perspectiva, está a possibilidade de avançar com um projeto de alojamento turístico. Apostar no Brasil e EUAFruto deste investimento, a Menin Company acaba de apresentar ao mercado dois vinhos do Porto 80 anos, em garrafas de 50 centilitros, com um preço de venda ao público de 1600 euros. Esta tem sido uma tendência das grandes casas de Vinho do Porto, que têm lançado edições de lotes muito antigos e a valores extraordinários. A equipa de enologia, composta por Tiago Alves de Sousa e Manuel Saldanha, criou uma composição com lotes de oito ou mais décadas, que se querem afirmar com obras de arte líquidas. Os enólogos experimentaram mais de 50 lotes e foram adquiridos cerca de 20, dando origem a um Tawny e a um Branco. Foram engarrafadas apenas 200 garrafas de cada variedade. . Numa altura em que as vendas deste fortificado duriense têm perdido terreno, o empresário brasileiro decidiu renovar a aposta no Vinho do Porto, depois de no ano passado ter apresentado ao mercado uma coleção de dez variedades. Foi um acto “corajoso” (que volta a repetir), com uma reação entre os consumidores que “superou todas as expectativas”, sublinhou Fásia Braga, diretora geral da Menin Company, na apresentação dos dois novos vinhos do Porto.A aquisição progressiva de quintas tem permitido à Menin Company aumentar a produção de vinhos de mesa e olhar com especial atenção os mercados externos. Segundo Rubens Menin, em 2024, as vendas da empresa atingiram os dois milhões de euros. Este ano, a previsão é já de 3,5 milhões, estando já determinado o objetivo de atingir os 10 milhões em 2028. Portugal é o principal comprador dos vinhos de mesa Menin, seguido do Brasil, Dinamarca, Bélgica e Suíça. Mas a ambição do empresário é que o seu país de origem seja o consumidor líder. “O vinho português é muito respeitado no Brasil, o mercado está aprendendo o que é o vinho português”, afirma Rubens Menin. Aliás, “briga com a Argentina pelo segundo lugar”. Outra frente de batalha comercial é os EUA. A Menin Company está a abrir este destino e acredita que é o Vinho do Porto que irá fazer a diferença. E Fásia Braga não teme as dificuldades alfandegárias. Como sublinha, “quem exporta para o Brasil, onde as taxas aduaneiras são de 70%, os 20% dos EUA não constituem dificuldade”. .Vila Baleira reforça em Porto Santo com abertura de um hotel de luxo.Leonel Simões. Um homem que não saiu da estrada até criar um império com 2450 trabalhadores