Buscas em França na sequência de investigação da PJ ao grupo Altice

No total, "mais de 14 milhões de euros" foram apreendidos em contas bancárias, "bem como veículos e bens de luxo". 70 investigadores empenhados em 30 buscas domiciliárias e não domiciliárias.
Buscas em França na sequência de investigação da PJ ao grupo Altice
FOTO: Leonardo Negrão / Global Imagens
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Mais de 70 investigadores franceses estão esta terça-feira, 18 de novembro, envolvidos em cerca de 30 buscas domiciliárias e não domiciliárias em França no âmbito de uma investigação de corrupção que envolve o grupo Altice, anunciou o procurador financeiro francês Jean-François Bohnert.

"Esta ação coordenada teve como objetivo recuperar provas úteis para a investigação em curso", explicou o responsável da Procuradoria Nacional Financeira, em comunicado.

No total, "mais de 14 milhões de euros" foram apreendidos em contas bancárias, "bem como veículos e bens de luxo".

"Mais de 70 investigadores" foram mobilizados e "diversas buscas foram realizadas simultaneamente, visando 15 residências e 14 empresas localizadas na região de Île-de-France, na Córsega, departamento de Var e departamento de Vosges", acrescentou Bohnert.

Esta investigação é uma consequência da Operação Picoas, que arrancou em Portugal no verão de 2023 e resultou na detenção e posterior constituição como arguido do cofundador da empresa, Armando Pereira, braço direito do empresário francês Patrick Drahi, o maior acionista da Altice France.

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Antigo CEO da MEO constituído arguido na Operação Picoas

Em causa um "vasto esquema de corrupção que envolve crimes classificados como corrupção privada, fraude organizada e lavagem de dinheiro organizada, em prejuízo do grupo Altice", segundo Bohnert.

"Este esquema complexo baseia-se numa rede de empresas de fachada interpostas entre a Altice e certos fornecedores, o que permitiu a sobrefaturação de serviços e bens. Os fundos assim obtidos terão supostamente alimentado mecanismos de lavagem de dinheiro envolvendo estruturas sediadas em França e no estrangeiro, em benefício dos principais instigadores deste sistema ", acrescentou o magistrado.

O grupo, que não está cotado na bolsa de valores desde 2021, enfrenta dificuldades há vários anos, principalmente relacionadas com o peso da sua dívida e o escândalo de corrupção envolvendo Armando Pereira.

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