Dez visões para 2026. Do contexto global às reformas internas

Nomes fortes da economia nacional anteveem os desafios do país no próximo ano e apontam os caminhos para crescer.
Dez visões para 2026. Do contexto global às reformas internas
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Dez figuras destacadas da economia portuguesa, dez opiniões sobre o ano que nos entra pela porta na quinta-feira. Em dia de aniversário do Diário de Notícias, líderes empresariais e associativos, de grandes indústrias e da banca, do supervisor bancário e economistas, indicam os grandes desafios e oportunidades da economia portuguesa no próximo ano.

Transversal a quase todas as opiniões dos elementos do Fórum está o contexto geopolítico e económico mundial. O economista Luís Tavares Bravo sublinha mesmo que “um dos principais temas de 2026 será a reconfiguração da ordem geopolítica”, com a necessidade de se “redefinir os equilíbrio globais”.

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A consolidação da transição e o desafio português

Trata-se, assim, de um cenário de incerteza que refreia as intenções de investimento de empresas, pequenas e grandes, e ao qual “a economia portuguesa, embora resiliente, não está imune”, salienta Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal. Para o responsável, será essencial reforçar a intensidade exportadora e promover a inovação nacionais.

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Inovação e reforço da intensidade exportadora

Já Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) sublinha que será necessário “coesão interna na UE” para aplicar as medidas que constam no Relatório Draghi. A nível interno é a revisão do Código do Trabalho que representa um dos maiores desafios, diz Armindo Monteiro, mas que responde à “necessidade de maior flexibilidade compatibilizada com os interesses dos trabalhadores”.

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Estabilidade e ambição

Ricardo Costa, CEO do Grupo Bernardo Costa, alinha na necessidade de reformas. Não só do código laboral - quando escreve que “Portugal precisa de um novo contrato com o trabalho, com o mérito e com a responsabilidade” - mas sobretudo uma reforma da Administração Pública. A reforma do Estado - diz - “deixou de ser uma opção ideológica para passar a ser uma urgência económica”.

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Crescer sem reformar será empobrecer com método

A CEO da Miio concorda com a ideia de que o ano de 2026 se apresenta “como um ponto de inflexão para a economia global e nacional”, mas aponta uma saída: “A capacidade de adaptação determinará quem prospera.”

Neste caso, diz Daniela Simões, os desafios são particularmente exigentes para Portugal, onde “a escassez de talento qualificado se intensifica”. Por isso mesmo aponta a necessidade de “reformas profundas”, não da lei do trabalho, mas “no sistema educativo”, bem como a introdução de “políticas mais agressivas de atração e retenção” de talento.

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O ano em que só prospera quem se adaptar

Proveniente do setor da banca, o CEO do Millenium BCP, Miguel Maya, considera que “o fim dos conflitos na Ucrânia e na Palestina” são condição “indispensável” ao crescimento. “Não concebo o desenvolvimento económico desligado do desenvolvimento social. Sem a resolução destes conflitos não há crescimento do PIB (...) que assegure um futuro auspicioso em 2026”.

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Reinventar a globalização

A economista-chefe adjunta do Banco Mundial Joana Silva aponta, por seu lado, que a “a produtividade e os salários permanecem baixos” em Portugal, pelo que “o desafio não é apenas acelerar o crescimento, mas melhorar a sua qualidade”. Assim, sugere o investimento “em competências, tecnologia e capacidade produtiva”, componentes que “conseguem transformar contextos exigentes em oportunidades”.

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Melhorar a qualidade do crescimento, mais do que acelerar

Chitra Stern, CEO do Grupo Martinhal, concorda. Mas dá-lhe um contexto particular: “As políticas inteligentes de imigração e investimento são determinantes para o futuro do país”, sobretudo porque acredita que “a diversidade é hoje uma das maiores forças de qualquer empresa e um claro motor de inovação e competitividade.”

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As ideias existem. A oportunidade é real

João Manso Neto, CEO da energética Greenvolt, olha com otimismo moderado para o crescimento económico do país, ao dizer que ocorrerá "eventualmente a um ritmo mais modesto e sobretudo dependente da procura interna e dos fundos europeus, e com um menor contributo das exportações. A dificuldade que o país demonstra no incremento da produtividade e a continuação de uma significativa carga burocrática também contribuem para impedir um crescimento mais sustentável e a melhoria da qualidade do emprego. Portugal tem de saber continuar a crescer neste contexto, mas sem ficar demasiado dependente do consumo interno e sem gerar déficits externos significativos".

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Tensões geopolíticas e desafios climáticos

Uma última nota para Francisca Guedes de Oliveira, administradora do Banco de Portugal, que deixa um alerta sobre a diversidade (ou falta dela) da economia nacional: “A dependência do turismo, embora relevante para o crescimento recente, não assegura crescimento sustentado.”

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A economia portuguesa num mundo em transição

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